7/16/2017

Imperatriz 165 anos: Deus existe e mora aqui

Fundada como se fosse  em terras paraenses no início da  segunda metade  do século XIX pelo missionário Manoel Procópio do Coração de Maria a trajetória de Imperatriz começou no dia 16 de Julho de 1852, data apontada pelos historiadores do desembarque da missão do Frei carmelita nas barrancas do Rio Tocantins depois de dias  de navegação sob a proteção de Santa Tereza D’ávila  que veio a se tornar  a padroeira da “nova terra”.

A pequena povoação cresceu, se transformou em vila, passou pelos decantados ciclos do arroz, da Madeira e do ouro, da Serra Pelada, recebeu gente de todos os cantos do Brasil e do Mundo e se transformou, 165 anos depois, na Imperatriz de hoje;  a primeira cidade mais importante do Maranhão depois da capital.  Continua sendo um grande centro de  prestação de serviço, distribuidor atacadista e se consolida como polos educacional e industrial.



Certo é que não há como não dizer que Deus foi generoso demais com a cidade. Tal generosidade pode ser constatada pela graça de ser fundada às margens  do segundo maior  rio genuinamente Brasileiro, uma benção para os primeiros moradores que tiravam dele seu sustento, sem falar nos quase dez afluentes do Tocantins que cortam a cidade. Uma benção hídrica  que pelo que se constata não foi respeitada. Hoje dois dos riachos que cortam a cidade  estão praticamente mortos e o restante transformados em canais de esgoto , no mesmo rumo. O Rio sofre diariamente com a derrama de esgoto sem tratamento, o desmatamento das suas margens e com crescentes secas e outras agressões ambientais. O Tocantins resiste, mas não se sabe até quando.  Um desafio para as futuras gerações barrar essas ocorrências.

Ambientalmente falando Imperatriz foi fundada  numa região, onde além de um rio e de vários riachos  tem sol e chuva o ano inteiro,  e para variar  num dos períodos mais bonitos do ano nesse lado do País.


O período do aniversário de fundação coincide com o aparecimento nas margens do Rio Tocantins de  inúmeras praias, cada uma mais bonita do que a outra, com a chegada  da  florada dos ipês  e  dos ventos gerais que ameniza o forte calor.

Emoldurado pelo azul do “céu de brigadeiro”,  o pôr sol ganha um aspecto multicolorido diferenciado  por conta do Rio Tocantins.  Quem  para um pouquinho para presenciar   este fenômeno a partir das margens do rio  não esquece jamais e imediatamente sentencia: " Deus existe, e mora aqui". Uma ambientação que faz com que   ninguém se lembre que oficialmente é inverno no País

Não há qualquer dúvida  que  Imperatriz aniversaria  no  período mais bonito do ano no lado de cá do Maranhão principalmente porque é  temperado com o clima  humano  gerado pela Exposição Agropecuária, uma das maiores do Norte/Nordeste  e das outras festas regionais que por tabela influenciam a vida da cidade.

É possível hoje afirmar que  todo esse conjunto humano/ambiental faz do  povo de Imperatriz,  e consequentemente da região tocantina,   o mais bonito e alegre do Maranhão, e talvez o que menos reclama da vida. Essa característica se consolidou  ao longo  desses 165 anos  de fundação. Para quem mora por essas bandas  do Maranhão, por já se tratar de algo  incorporado ao dia-a-dia,   talvez nem se aperceba dessa e de outras  peculiaridades da nossa terra.

O maior patrimônio da região  é a nossa gente, mas vale a pena falar, cantar, escrever sobre as nossas festas e as nossas belezas naturais.  Não temos o mar, mas na região {outra benção divina} temos rios, lagos, lagoas, cachoeiras,  morros, colinas e montanhas um pôr do sol e uma lua  lindos de viver. Imperatriz pode se orgulhar de se localizar  numa região do Brasil  por abrigar pelo menos  três dos nove biomas brasileiros.  Por aqui  são visíveis o Cerrado,  Floresta Amazônica, Matas de Cocais e  até mesmo um resquício da Caatinga considerado um bioma único do Brasil.

Jeito próprio de falar



Nesses 165 anos até um jeito próprio de  falar o imperatrizense  desenvolveu.  Um bom observador logo constata que os filhos daqui há muito naturalmente foram deixando de lado a herança linguística dos pioneiros. “O legitimo filho da terra” da atualidade  já  não carrega mais a bagagem fonética dos paraenses, capixabas, paulistas, mineiros baianos , piauienses, Pernambucanos e  nem mesmo dos maranhense da ilha, povos que ajudaram a transformar nossa cidade no que ela é hoje. O genuíno imperatrizense  em qualquer lugar do mundo já consegue identificar um “irmão de solo” só no jeito de falar. Pouca gente se apercebe que já  apreendemos um certo  “imperatrizencês”,  algo ainda a ser pesquisado com maior acuidade pelos entendidos no assunto.

Diante do que se tornou nossa cidade ao longo desses anos vale a pena até plagiar o saudoso  pernambucano Reginaldo Rossi  ao cantar  Recife sua  terra natal.



O povo daqui gosta de cantar
Tem religião, gosta de rezar
Tem cristianismo, tem candomblé
Tem muita cachaça e muita mulher. 
O povo daqui tem sempre razão:
Tem mulher bonita de montão,  as mais bonitas do Maranhão
Tinha  Nenem Bragança, o papa festivais,  mas continua o parceiro  Zeca Tocantins,  faceiro sem rivais.
E  a cavalgada, o Corpus Christi, a marcha para Jesus e exposição então?  Uma grande confraternização.
E na Praça da Cultura tem o carnaval de marchinhas
É o melhor do mundo
É sensacional
Imperatriz  tem encantos mil
É... É um pedacinho do Brasil.




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