11/18/2017

Dia Internacional da Tolerância: 22 anos de busca pela não violência



Data objetiva combater o desrespeito à diversidade

Luana Barros (Ascom)

A intolerância manifesta-se em diversas áreas. Com o intuito de combater a falta de respeito e estimular a não violência, a Organização das Nações Unidas, ONU, instituiu o Dia Internacional da Tolerância em 16 de novembro de 1995, em referência à Declaração de Paris, Resolução nº 51. Dados da intolerância e do ódio são alarmantes.

Denúncias de intolerância religiosa, por exemplo, cresceram 3.706% nos últimos cinco anos, segundo relatório da Secretaria de Direitos Humanos. De acordo com a Secretaria de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial, Seppir, o número de casos de racismo dobrou. A Pesquisa Mensal de Emprego, PME, do IBGE, revela ainda que um trabalhador negro no Brasil ganha, em média, pouco mais da metade, 57,4%, do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. E, de acordo com o relatório do Grupo Gay da Bahia, GGB, 50% dos assassinatos de transexuais e travestis registrados em todo o mundo foram no Brasil.

O professor Luís Hernandes Matos Leite, especialista em Filosofia e Teoria do Direito pela PUC Minas, enfatiza que a importância do dia comemorativo. “A Constituição Federal de 1988 apregoa que nossa sociedade deve ser pluralista, fraterna e sem preconceitos. O pluralismo de ideias, concepções pedagógicas e políticas, o respeito às mais variadas manifestações, a integração efetiva das minorias na vida pública e a garantia de seus direitos, estão na pauta do dia. É incabível a onda de intolerância e desrespeito que assola o país”.

Inês de Jesus Silva, presidente do Centro de Cultura Negra Negro Cosme, revela sua opinião sobre a instituição da data, e a diferença entre tolerar ou aceitar e respeitar a diferença.  “Parabenizo quem comemora o dia da Aceitação. Eu porém, não gosto dessa palavra, principalmente, no que se relaciona à Diversidade. Algumas vezes quando se prega que se deve aceitar isto ou aquilo, este ou aquele, para mim, minimiza-se a ideia principal de convivência, o respeito. Algumas vezes até se aceita, porém no íntimo pode não haver respeito. O diferente, a diversidade precisa ser respeitada e não apenas aceitada”.

Para a professora adjunta da Universidade Federal do Maranhão/UFMA Emilene Leite de Sousa, Doutora em Antropologia Social - PPGAS/UFSC, este é um momento de maior tolerância, onde existe espaço para o debate e respeito ao outro. "Por incrível que pareça, o mundo já foi mais cruel no passado, no tempo das inquisições. Claro que não estamos livres da intolerância, nunca estaremos, mas pelo menos, asseguramos o direito de expressar quem somos, o que pensamos, o que defendemos, para o bem e para o mal. O fato é que a superexposição destes sentimentos e de ideologias diversas revelou uma intolerância quase generalizada. Verdade seja dita, nenhum de nós está absolutamente livre da intolerância”.


Emilene explica que o lado bom é que o momento promove o debate e que não há como aceitar o diferente sem conviver com ele. “Colocar diferentes em contato é a melhor maneira de promover a aceitação do outro e a tolerância” - acrescentou.


Na comemoração de 22 anos da data, percebe-se a necessidade de se evoluir no trato do diferente, numa sociedade repleta de diversidade, o que enriquece as relações sociais.

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